Sussurro

Hoje decidi escrever-te.
Escrever-te de coração cheio e de cabeça vazia.            
Escrever-te como uma página em branco. Escrever-te sem passado nem futuro. Escrever-te. E pronto.
Hoje decidi que vales muito mais do que os erros que cometes, do que as palavras que não dizes, do que as atitudes que não tens, do que o abraço que, por orgulho, não dás. Hoje decidi que te quero amar para sempre. E aqui estou, despida de mim e do mundo, a olhar para a beleza das tuas falhas… a ver-te por dentro. Na verdade, cansei de futurologia, do incerto e do destino. Cansei do medo descabido do desconhecido. Cansei das expectativas sem retorno. Cansei de pensar, sabes? Cansei. Quero humanos falíveis e imperfeitos. Quero-te falível e imperfeito. Quero-te com todos os defeitos. Quero-te como és e com o teu prazo de validade. Sem justificações complexas, sem pensamentos alucinantes, sem prever o imprevisível. Quero-te simples e irracional.



[Não bastará para sermos felizes para sempre? Um amor espontâneo?]

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