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A mostrar mensagens de julho, 2017

Português nas escolas portuguesas

A disciplina “português”, no ensino secundário, é uma piada em forma de aulas. E o programa (como eles gostam de chamar) começa com “poesia Trovadoresca”, começa algures na idade média, começa longe da realidade, começa no passado como se nada no presente houvesse de mais relevante. Passa por Gil Vicente e literatura morta que certamente interessará àqueles que a quiserem seguir, de futuro, e não aos próximos médicos, jogadores da bola, economistas. – Tragam presente para o português das escolas, ensinem futuro, ensinem a realidade! – Depois falam brevemente de Camões, vangloriam um Portugal que não existe, feitos, coragem, ousadia que já passou… Esperem. Mais tarde eles vão voltar a Camões, que não basta uma só viagem de enjoos no secundário! Levam com o Sermão de Santo António aos Peixes. “A terra está corrupta” e essa é uma verdade atual, mas não ensinem isso às crianças! Levam com o Frei Luís de Sousa, levam com os Maias, com a ação trágica, com o diletantismo e não o aplicam na

Sussurro

Hoje decidi escrever-te. Escrever-te de coração cheio e de cabeça vazia.             Escrever-te como uma página em branco. Escrever-te sem passado nem futuro. Escrever-te. E pronto. Hoje decidi que vales muito mais do que os erros que cometes, do que as palavras que não dizes, do que as atitudes que não tens, do que o abraço que, por orgulho, não dás. Hoje decidi que te quero amar para sempre. E aqui estou, despida de mim e do mundo, a olhar para a beleza das tuas falhas… a ver-te por dentro. Na verdade, cansei de futurologia, do incerto e do destino. Cansei do medo descabido do desconhecido. Cansei das expectativas sem retorno. Cansei de pensar, sabes? Cansei. Quero humanos falíveis e imperfeitos. Quero-te falível e imperfeito. Quero-te com todos os defeitos. Quero-te como és e com o teu prazo de validade. Sem justificações complexas, sem pensamentos alucinantes, sem prever o imprevisível. Quero-te simples e irracional. [Não bastará para sermos felizes para sempre? Um amo

Sonhar terá prazo de validade?

Lembras-te? Vestias o fato de super-herói e sonhavas salvar o mundo. Por casa calçavas os sapatos altos da tua mãe enquanto passeavas de tiara pelos corredores e eras feliz. Tinhas a ambição desmedida de ser tudo aquilo que quisesses ser e dentro de ti cabiam todos os sonhos do mundo. Eras feliz!  Dispensavas a salada porque o verde nos alimentos era “comida de adultos” e preferias sorrir com os dentes castanhos e os dedos imundos de chocolate. O maior desafio era quando te calhava a ti roubar o giz do quadro para desenharem o jogo da “macaca”, no chão do recreio. Ficavas contente por seres a "mamã" e detestavas quando eras tu a fazer de bebé, porque já eras grande, crescida, uma mulher!  Nada te assustava e comandavas o mundo à medida dos teus sonhos. Apagavas as velas com a inocência da tua idade e só querias festejar… todos os dias. Até que, de tanto “soprar”, cresceste! Os “assuntos dos crescidos” passaram a ser também os teus assuntos e começaste a comer salada. Hoje

Nostalgia do século

Uma folha de word em branco e uma bateria carregada pronta para o subjetivo e o sem tempo definido. Que volte o bloco A5, a caneta Bic e o lápis de bico partido com preguiça de se recompor. Que volte o jogo do peão e o tamagotchi e que o tempo seja contado pelos Swatch de cores berrantes e por despertadores de cabeceira. Havia um sem número de coisas a inventar e em pouco mais de uma dezena de anos parece que criaram o dobro do possível. É que se dantes os Nokia reinavam a partir dos 14 anos, hoje os Iphones são trazidos pelo Pai Natal aos 10 e 11. Se dantes nos ofereciam 1000 mensagens e 500 minutos e era só entre telemóveis da mesma operadora, hoje não existem limites reais nem quase diferença entre 91, 93 ou 96. A mensalidade? Se não está igual… baixou.  O jogo snake e o som agudo do “game over” foram substituídos pelas mil e uma aplicações diferentes e gratuitas. Sim… porque as versões “demo” deixaram de estar na moda. Hoje o smartphone cai ao chão e é um filme de cinema